Cientistas descobriram que um tipo de planta tem flores que borrifam gotas de chuva a longas distâncias; são plantas que vivem em quase todo lugar, das florestas aos desertos e têm flores cônicas que capturam gotas de chuva e usam o impacto na água para encapsular e lançar sementes.

Com essa análise, publicada no Journal of the Royal Society Interface, eles podem entender mecanismos que inspirem máquinas de colheitas energizadas pela chuva e lançar luz em respingos de sangue em cenas de crimes.

Plantas como a Chrysosplenium echinus usam a chuva para espalhar as sementes em um raio de mais de um metro, ou dez vezes a altura da planta. É como se um pingo de chuva fosse rebatido para 15-18 metros de distância quando caísse em uma pessoa.

Para compreender melhor o mecanismo, os pesquisadores analisaram vídeos de alta velocidade de gotículas caindo em flores de verdade e de plástico com várias formas. A “chuva”, no caso, era causada por uma seringa que deixava cair gotas de 4 milímetros, tamanho semelhante às gotas de chuva natural.

As flores conseguem redirecionar as gotas com até cinco vezes a velocidade de queda, ou seja, gotas que chegavam a 29 km/h eram ejetadas a impressionantes 144 km/h.

O formato das plantas explica a habilidade delas: a inclinação de cada parede da flor ajuda a maximizar a velocidade das gotas depois da queda, e a curvatura do cone cria um efeito de canaleta que concentra a gota em uma direção.

Guillermo Amador, um pesquisador de fluidos do Instituto de Tecnologia da Geórgia, em Atlanta, disse ao LiveScience que “esse efeito de canaleta cria um jato de água que arrasta as sementes e as leva para fora da planta-mãe”.

Pesquisas passadas sugerem que as plantas evoluíram de espécies que usavam o vento, em vez da chuva. Por algum motivo, elas tiveram que mudar de tática e usar a chuva para espalhar suas sementes, pois eram muito baixas e não podiam usufruir totalmente do vento.

As aplicações dessa descoberta são várias: impressão a tinta, técnicas de pinturas industriais, e até meios de converter a energia cinética das gotas em energia elétrica, sem falar na possibilidade de detectar respingos de sangue em cenas de crime.

Fonte: Jornal da Ciência

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