Nesta semana de luto e homengens à Nelson Mandela, homem que lutou, dentro e fora da prisão, por ideais de paz e harmonia entre povos – e que construiu uma África do Sul pós-apartheid pautada pelo convívio pacífico entre negros e brancos, mesmo em meio à nervos exaltados e uma maioria humilhada e subjugada pelo establishment – as cerimônias foram preenchidas de um dos símbolos mais utilizados na em manifestações pró-paz: as flores.

Presentes desde as demonstrações de carinho deixadas na frente das residências que Mandela ocupou, dirigiu ou era proprietário em diversas cidades sul-africanas – como Johanesburgo, Pretória e Cidade do Cabo – arranjos de flores deram o tom ao simbolismo e emoção que cidadãos do país e de todo o mundo queriam expressar pela morte de um dos líderes mais respeitados e reverenciados de nossos tempos. As flores foram deixadas nos mais diferentes locais, desde o cortiço que ocupou no pobre bairro de Soweto – símbolo de lutas de civis contra o regime de exclusão, considerado a maior favela da África do Sul e inicialmente pensado pelo governo como gueto de “separação” de negros – até uma mansão, uma de suas residências, no afluente bairro de Houghton. Ambos estão localizados na região de Johannesburgo, maior cidade e centro financeiro do país, cuja praça central, a Nelson Mandela Square, também ficou lotada de flores em homenagem à Madiba (apelido pelo qual é chamado entre a população).

Mandela se vai na condição de um humano incrível e que uniu um povo cuja harmonia parecia algo inconcebível, vencendo rupturas mesmo dentro da estrutura política o qual integrava, de contra-revolucionários. Agora, o silêncio e beleza das flores deixadas em sua homenagem parecem reverberar suas palavras com a mesma simplicidade e nobreza de seu pedido: o de uma sociedade que viva em paz, garantindo aos indivíduos construírem suas vidas independentes de etnia, cor, governo, gênero ou orientação sexual.

Fotos por Observer, Mail & Guardian, EFE e DailyMail. Texto por Equipe FloraWeb.