A Argélia, situada no norte da África, foi colonizada por franceses – que empregaram uma pesada e mortífera luta em seu processo de independência, entre os anos 40 e 50. Banhada pelas águas claras do mar Mediterrâneo, o país era, na primeira metade do século passado, destino certo para franceses que iam para a colônia africana em busca de sol, lindas praias e o estilo de vida de colonizadores – com preços baixíssimos por tudo. Entre esses “turistas” estava um grupo que iria mudar a cara de Argel (em inglês, Algiers), hoje capital e maior cidade do país, com mais de 5 milhões de habitantes em sua região metropolitana. Argel, diz-se, foi modernizada e urbanizada pela ânsia cosmética da França, que queria um balneário de férias autêntico, um local onde fosse possível aos franceses sentir-se em casa aos mesmo tempo que podiam explorar e exceder de uma maneira que não poderiam na costa mediterrânea das terras de seu próprio território – muito menos na costa norte, de águas gélidas e rostos pálidos.

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Esse grupo tinha fortes vínculos com o governo francês e, ainda que estonteado pela linda costa argelina, eles estavam altamente insatisfeitos com a cara da cidade, que, à época, tinha pouca infra-estrutura e nenhum parque de verdade. Inspirados pelo método francês de urbanização – e querendo “sanar” os problemas relacionados ao excesso da população local perto das melhores praias – este grupo urgiu a comissão colonizadora francesa para melhorar os ares de Argel, para que mais franceses pudessem aproveitar em paz e satisfatoriamente a cidade. Pediram que edificassem-se melhores hoteis, abolissem os cortiços da população nativa que espremia-se para conseguir melhores condições de vida (trabalhando nos empreendimentos urbanos da colônia) e espraiassem boulevards grandes e espaçosos, pontilhados por pequenas praças. Curiosamente, de acordo com um historiador da Universidade de Sorbonne, o ímpeto inicial surgiu de duas mulheres que estavam espantadas com a falta de um item específico do cenário francês que não localizavam em local algum na Argélia: flores. Devido a isto, as praças inicialmente continham massiva quantidade de flores, trazidas especialmente da região cultivadora de Paris.

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Logo, porém, as flores morreram, devido ao clima semi-árido presente em Argel. Ainda que tivessem sido substituídas por espécies mais adaptáveis, estas também não resistiam a longos períodos de seca, e logo Argel abandonou o projeto de praças com flores, frente aos custos crescentes da infra-estrutura e as pesadíssimas crises econômicas após declarar independência. Atualmente, a cidade se reestrutura e está de volta à seus planos um jardim botânico com inúmeras espécies de plantas e flores, nas imediações de um novo porto. Talvez longe da ideia inicial dos hanging gardens argelinos mas, quiçá, mais ajustável a realidade de um país que anseia em florescer novamente e sair da penumbra de grupos de interesse.

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Fonte: Algiers Atlas, Art Depot e LivUrbanismLov.